Vamos falar de boleias? Sim vamos. Vamos falar do assédio que pode gerar uma simples boleia.
A capacidade do ser humano de utilizar o pedido de boleia com segundas intenções já não me surpreende.
Colegas de trabalho que têm que ir a uma formação longe, colegas de escola que partilham percurso e combinam para minimizar custos, amigos depois de uma jantarada dão boleia uns aos outros. Até aqui nada de especial.
O problema começa quando existe um ou uma que tira partido da boa vontade de outro. A partir daqui, começa o abuso e o assédio. Quem ofereceu boleia começa a sentir que é obrigação e quem recebe boleia inicia um processo químico no cérebro que induz ao sentimento de posse.
Afinal já não é um grupo, mas apenas dois que têm que ir a formação longe.
Afinal os que partilham percurso, já são apenas dois e desses dois apenas um é que leva o carro.
Afinal o grupo de amigos, transforma-se em apenas um ou dois e a boleia só da jeito a quem a recebe.
Mas como a ideia tem precedentes, quem pede boleia acha que pode continuar usufruir e vai mais longe. Partilha de custos fica esquecida no meio da conversa. Uso e abuso de contacto telefónico para "combinar".
O esquecimento de objectos também é recorrente, carteiras, cachecóis, a garrafa de agua xpto, o que vier a ideia. Para a boleia não fugir, claro.
E por ultimo, a cartada final, a borrifadela que falo neste post. A bela da borrifadela no carro, como quem diz, eu estou aqui!