![gruta.jpg gruta.jpg]()
Estamos no ano de 2078. Eu e um pequeno grupo decidimos ir mais para norte. Ouvimos que um grande grupo encontrara uma solução para as noites serem seguras.
Quando chegámos deparámos com um acampamento pequeno, algumas fogueiras, estendais com roupa e pouco mais.
Uma velhinha, pessoa rara nestes tempos, deu-nos as boas vindas e perguntou se estávamos de passagem. Expliquei quais as nossas intenções.
Entretanto começa a chover, para não variar. Agora o tempo era de chuva ou encoberto, sempre muito frio. Já não me lembrava da ultima vez que tinha vivido um dia de Sol.
Perto do que seria o final dia, chegaram mais pessoas, traziam lenha, alimentos e artigos recolhidos do chão. Metais, pedaços de plástico.Por volta do ano 2035 o plástico tinha sido abolido e agora era um bem precioso.
Chegou perto de nós um homem, o líder do clan, perguntou se vínhamos para ficar. O líder passou a explicar então como funcionavam as rotinas da vida daquele acampamento. Os legumes eram cultivados num lugar ali perto, os peixes eram apanhados na costa. Dividiam-se em grupos para as diversas tarefas.
Disse que dormiam no frigorífico e que á entrada faziam uma grande fogueira, o que ajudava os guardas a afastar algum animal.
No frigorífico? Lá explicou que chamavam assim á grande caverna de gelo onde dormiam, a temperatura lá dentro era mais ou menos 5ºC como os frigoríficos de antigamente.
Por detrás de uma entrada pequena, abria-se uma enorme caverna, dezenas de pequenas tendas espalhavam-se pelo espaço. Á noite recolhemos todos ao frigorífico e ajudaram-nos a construir as nossas tendas. Quem tinha par, ficava numa tenda, famílias noutra, quem estava sozinho tinha que arranjar alguém para ficar porque as tendas davam para o máximo quatro pessoas.
Tinham descoberto que conseguiam manter a temperatura corporal, se dormissem nus debaixo da tenda que retia o calor e impedia que se dispersasse pela caverna.
Eu não tinha par, não podia ficar sozinha numa tenda. O líder convidou para me juntar a ele. As vergonhas, tabus e merdisses há muito que tinham ficado para trás.
Passei a desejar a noite, onde me sentia segura, quase quase a raiar a felicidade. Era o meu lugar, onde entre abraços, sonhos, beijos e peidos, sorria e dormia sem medos.